Federação espanhola só avança para o Mundial 2018 com Portugal

Aí está a notícia que os portugueses amantes do futebol queriam ouvir. Angel Villar, presidente da Federação Espanhola de Futebol, afirmou que, caso a Espanha avance com uma candidatura para a organização do Mundial de 2018, a mesma será em conjunto com Portugal.

Em declarações à Antena 1, Angel Villar afirmou ser uma «grande ideia» a organização conjunta, até por considerar que Portugal reúne todas as condições para se concretizar uma boa candidatura.

«Se dizemos que sim e avançamos em conjunto é porque achámos que se trata de uma boa ideia. Portugal é grande como país, mas também no que diz respeito aos cidadãos e pessoas é positivo», adiantou o presidente.

O presidente da Federação Espanhola de Futebol admitiu, porém, que a candidatura à organização do Mundial 2018 ainda é apenas uma ideia e que para avançar terá que partir dos governos dos dois países, os principais responsáveis pela organização.

Blatter incentiva candidatura da Espanha ao Mundial 2018

Joseph Blatter encorajou a Espanha a candidatar-se à organização do Mundial 2018. O presidente da FIFA mostrou-se entusiasmado com a perspectiva de um Campeonato do Mundo em Espanha já na próxima edição por atribuir, para a qual o presidente da Federação portuguesa, Gilberto Madaíl, tinha lançado a ideia de uma candidatura conjunta ibérica.

«Chegou a hora de a Espanha organizar outro Campeonato do Mundo. Gostava que o presidente da Federação espanhola oficializasse a candidatura da Espanha ao Mundial 2018», disse Blatter depois de um encontro com os presidentes dos clubes espanhóis, citado pelo jornal As.

O dirigente usou o anterior Mundial de futebol organizado pela Espanha, em 1982, como exemplo: «Espanha 82 foi irrepetível. O único Mundial que a Espanha organizou até agora foi exemplar em muitos aspectos. Foi o primeiro em que participaram 24 selecções e o único que se disputou em 17 estádios de 14 cidades distintas. Nunca antes se tinha feito nada igual e nunca se conseguiu repetir. Espanha fê-lo e gostava que o fizesse de novo antes da minha retirada como presidente da FIFA.»

Angel Villar, o presidente da Federação espanhola, assumiu que vai colocar o processo em marcha: «Pessoalmente gostaria muito que a Espanha recebesse o Mundial 2018. É um assunto que vamos colocar em cima da mesa e sobre o qual vamos trabalhar em conjunto com o Governo espanhol.»

O jornal As cita fontes ligadas ao processo para dizer que à FIFA também agradaria uma candidatura ibérica formada por Portugal e Espanha, recordando as palavras de Gilberto Madaíl em defesa dessa iniciativa.

Mundial Ibérico: árbitros e treinadores apoiam, Governo cauteloso

A hipótese de uma candidatura ibérica à organização do Mundial 2018 não gera consenso entre vários elementos da sociedade em Portugal. Os principais elementos da arbitragem e dos treinadores apoiam a proposta de organização do Mundial, no entanto Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, pensa que ainda é cedo para o fazer.

Vítor Pereira referiu que «depois de Portugal ter organizado o Euro2004, tem todas as condições para organizar o Mundial». O presidente da Comissão de Arbitragem da Liga considera que a parceria com a Espanha seria «interessante».

José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, considerou que «uma pessoa com a responsabilidade de Gilberto Madaíl deve ter ponderado as responsabilidades numa organização desta envergadura» e que a «outra parte decisiva é o governo, a quem deve ser colocada a questão e de quem se espera uma resposta de acordo com as possibilidades que terá de se lançar para uma organização deste género». «Como treinador e desportista acho a ideia interessantíssima e contribuiria ainda mais para a melhoria do futebol» português», concluiu José Pereira.

Laurentino Dias foi mais cauteloso, referindo que falar na candidatura conjunta de Portugal e Espanha é «vaguear sobre ideias» e que essa eventual parceria tem de ser «pensada, projectada, estudada e calculada» para depois os governos poderem «apreciar o projecto».

«Não é frutuoso vaguear sobre ideias. Primeiro devemos trabalhá-las e só depois expô-las publicamente. Um projecto desta natureza, se é que é viável, tem de ser concertado entre as duas partes. Só depois de um estudo aturado é que os dois governos terão oportunidade de apreciar devidamente o dossier», comentou o secretário de Estado do Desporto à Lusa.

«Portugal pode ficar a ganhar, e já ganhou, com a organização de eventos desportivos internacionais. Além de mostrarem a nossa capacidade em organizar provas de grande dimensão e levantar obras de vulto, ajudam também à nossa afirmação no Mundo», sublinhou, referindo porém que a recente organização do Euro-2004 apesar de ter sido «uma bela experiência», acabou por envolver o país num «esforço financeiro considerável».

Camacho e o Mundial 2018 Ibérico

José Antonio Camacho, ex-treinado do Benfica, comenta a hipótese de uma candidatura ibérica ao Mundial 2018:

«Gostaria muito. Seria um grande espectáculo. Seria bom para a Península, não há distâncias entre Espanha e Portugal

(Conhece os dirigentes, acha que é possível um entendimento?) «Bom, isso é uma questão política e nós desportistas não nos metemos nisso.»

Cavaco Silva diz que o país tem outras prioridades

Cavaco Silva comentou a hipótese de Portugal se candidatar à organização do Mundial 2018, defendendo que o país tem «outras prioridades». O Presidente da República lembra que já tinha colocado reticências à iniciativa quando era Primeiro Ministro.

«Quando era Primeiro-ministro, já o problema da realização de um Mundial de futebol se tinha colocado ao Governo. Na altura, colocámos algumas reticências», afirmou Cavaco Silva, citado pela Lusa, à margem de uma visita oficial a Léon.
Embora reconheça que «naturalmente, Portugal está agora mais desenvolvido», O Presidente da República defende que o país tem de saber se tem «todos os recursos necessários para organizar um Mundial». «O problema tem que ser discutido primeiro entre as autoridades do futebol de Portugal e Espanha», concluiu.

Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, lançou a ideia de uma organização conjunta com a Espanha para o Mundial 2018. O responsável pela Federação espanhola, Angel Villar, esteve em Santarém no 1º Fórum do Futebol e disse que ainda não respondeu, mas está a considerar a hipótese.

Candidatura de Portugal e Espanha não passa de uma ideia

A candidatura conjunta de Portugal e Espanha à organização do Mundial de 2018 está, por enquanto, no plano da fantasia, mais para Angel Villar do que para Gilberto Madail, presidentes das federações em questão. Juntos chegaram ao Fórum Nacional de Futebol, que decorreu em Santarém, mas foi em separado que abordaram a temática.

«O presidente da Federação [Gilberto Madail] falou-me nisso, mas eu ainda não respondi. Se não o fiz é por que estou a pensar nela. É sempre interessante organizar um Mundial. Com Portugal? Ainda não respondi», comentou, apenas, Angel Villar, que, deste modo, não evitou a cogitação de uma candidatura isolada.

Não é, aliás, original a «ideia», como Gilberto Madail esclareceu mais tarde, já que para o Euro-2004 Portugal também abordou Espanha nesse sentido. O país vizinho recusou, decidiu entrar na corrida e perdeu. «Não vou tentar convencer ninguém, com Espanha ou sem Espanha isto não passa de um projecto», considerou.

«Foi uma ideia apenas. É evidente que qualquer selecção que se queira lançar a isto tem de falar com o seu governo primeiro. Poderá vir a acontecer ou não, apenas lancei a ideia do projecto», defendeu o presidente da FPF, que, todavia, desconhecia as declarações do homólogo Angel Villar: «Disse que não respondeu à Federação? Se disse que não respondeu é porque não respondeu.»

Espanha aprova realização de Mundial em conjunto com Portugal

José Luís Astiazarán, presidente da Liga Espanhola de Futebol Profissional, aprova a organização conjunta entre Portugal e Espanha de um Campeonato do Mundo. No final de uma reunião com Hermínio Loureiro, que decorreu na sede da Liga Portuguesa, no Porto, o líder dos principais campeonatos do país vizinho mostrou-se agradado com a ideia defendida pelo homólogo português para 2018: «Não nos cabe a nós, mas aos responsáveis das respectivas federações, solicitar uma candidatura conjunta, mas ela terá o nosso apoio. Pretendemos que Portugal e Espanha ou Espanha e Portugal possam organizar um Mundial no futuro», afirmou Astiazarán citado pela agência Lusa.

O líder espanhol considera que «qualquer iniciativa nesse sentido será positiva e boa. É o reflexo do que se está ser decidido em outras grandes competições, como aconteceu no Mundial de 2002 (Japão e Coreia do Sul) e no Europeu de 2008 (Áustria e Suíça)». «Vivemos num Mundo global e devemos tentar unir recursos. Portugal tem infra-estruturas muito importantes. Pude ver hoje o Estádio do Dragão, que é um dos melhores dos muitos estádios que já vi e o reflexo do que pode ser feito em Portugal. Pensamos que é o futuro e que seria bom para os clubes e os cidadãos de Portugal e Espanha», defendeu.

José Luís Astiazarán garantiu desconhecer qual a posição da federação espanhola sobre esta possibilidade, mas manifestou estar em perfeita sintonia com as ideias defendidas por Hermínio Loureiro para uma candidatura ibérica para o Mundial 2018.